Carmen Cyrino
Um caminho para ajudar organizações e os seus vizinhos a conviverem melhor.
A perda do valor do simbólico por vezes nos traz a sensação de vivermos num mundo sem sentido, desprotegidos, não confiando em nós mesmos e muito menos no ambiente em que estamos inseridos. Vivemos em um mundo onde se vê ameaças à paz mundial na globalização da economia, na concentração injusta da renda, na perpetuação da pobreza e da exclusão, na crescente corrupção, enfim, na primazia do ter em detrimento do ser.
Nesse contexto, o cidadão e sua família veem-se desencantados, falta sentido para enfrentar o medo e a insegurança diante da força desse ambiente hostil e violento, onde os sentimentos como raiva, ódio e desejo de vingança são expressões constantes. Percebe-se que há uma falta de sentido para progredir, para fazer um investimento consistente na vida e isto leva ao marasmo, a um desinteresse em investir para crescer não só na vida pessoal, mas também na profissional. Instala-se a descrença na capacidade de ousar, criar e fazer diferente. Passa-se a não crer que se é um agente de mudanças.
O mesmo ser humano que vive toda esta problemática em seu meio social é o que vai para o trabalho a cada manhã. Como querer alta produtividade, comprometimento e entusiasmo se ele já chega machucado por tudo que está vivendo do lado de fora dos muros da organização? O que ele traz para o trabalho, caso não seja levado em consideração e tratado organizacionalmente, irá se configurar em perda de energia, de efetividade e de dinheiro.
Como resgatar a possibilidade do “Novo”? É o desejo de todos nós renovar a esperança. E tudo depende do cuidar para que esse renovar se realize.
Cuidar é acolher o outro na sua grandeza, é tratá-lo de forma amável, com cuidado na utilização das palavras. É acolher esse outro num clima de confiança e abertura, com companheirismo e amizade. Cuidar é gostar verdadeiramente de gente.
A arte do cuidado passa primeiro por nós mesmos. É necessário nos sentirmos capacitados para cultivar, transformar, revolver, regar, ajudar na fecundação, para assim nos reconciliarmos conosco, com o ouro, com o mundo e com a vida. O cuidado previne a agressão e restaura as feridas causadas por elas. Aprender a reconhecer as próprias emoções ajuda a comunicação interpessoal, tomando-se cuidado para não se ser agressivo e fazendo isto sem perder a firmeza.
Temos utilizado a metodologia das Escolas de Perdão e Reconciliação – Es.Pe.Re. para atingir a meta do Cuidar para Reconciliar. A partir das realidades e das necessidades específicas de cada instituição será possível estruturar um programa de gestão do cuidado com base nesta metodologia, tanto para empresas cuja atividade se dá externamente, tais como concessionárias de serviços públicos, empresas de distribuição de energia elétrica, água, gás, telefonia, transportadoras e ferrovias, quanto para estes próprios públicos externos. O programa de gestão do cuidado também se aplica à implantação ou ampliação de novas plantas industriais.