Fernando Dias Cyrino
Todos se consideram no direito de dar palpites no RH. Até onde cabe culpa à área pelos problemas dos quais é posto como culpado? A busca de um antídoto às críticas.
Uma das coisas que mais incomoda o pessoal de RH é o fato de que todos se julgam grandes entendedores do seu negócio e adoram dar os seus palpites nos assuntos da área. Qual o percentual de temas e “pitacos” referentes ao RH acontece na copa entre um cafezinho e outro? Nunca vi e nem sei se há pesquisa a respeito, mas sou capaz de apostar que, dos assuntos que abordem a empresa, esse número será bem maior do que 50%.
Há evidente exagero nessa culpabilização da área, mas é preciso que se tenha atenção e cuidado para que este excesso não faça com que haja um lavar coletivo das mãos nos Recursos Humanos. Algo como se nada do que é dito pelos corredores, ou mesmo em salas “da turma da produção” tem pelo menos um fundo de razão.
Quando, conversando nas organizações com pessoas de outras áreas, principalmente das áreas fim, me deparo com críticas à gestão de pessoas, independente delas estarem mal formuladas, ou até de serem, desde a primeira vista, infundadas costumo fazer a pergunta: e se fosse você o RH, como iria tratar isto que reclama?
As respostas costumam ser bem interessantes. Elas vão desde loucas e estapafúrdias soluções que não se sustentam à menor análise, até idéias interessantes e que, mesmo que se descubra depois que não são exeqüíveis, valem a pena serem aprofundadas.
Quem sabe um antídoto para o problema seja o convite por parte do RH a um líder e formador de opinião, pessoa de bom senso e que seja bem crítica da área para viver, num exercício hipotético, por um par de horas a gestão de pessoas. De duas uma. Ou o RH será convencido de que há coisas a serem feitas que não foram pensadas, ou avaliadas por ele. Ou é bem provável que ganhe um novo aliado aos seus projetos.